domingo, 6 de junho de 2010

As Chaves Perdidas da Maçonaria: o Segredo de Hiram Abiff / O Perfeito e Sublime Maçom

Capa do livro As Chaves Perdidas da Maçonaria: o Segredo de Hiram Abiff, autor Manly P. Hall

Resumo do Livro AS CHAVES PERDIDAS DA MAÇONARIA: O SEGREDO DE HIRAM ABIFF
Esta obra procura dirigir a atenção do leitor, seja maçom ou não, para o lado espiritual contido na ritualística maçônica. Mostra que, na busca da verdade e na co-existência da Ciência e da Teologia, o Homem encontra o conhecimento de si mesmo, inspirado apenas pelo Grande Arquiteto  do Universo. No Prólogo, é feita uma análise da Noite Cósmica que deu lugar a Luz no início dos tempos, com as considerações sobre o ato da criação divina. Analogamente, é feita uma alegoria a Construção do Templo e a morte de seu Construtor, o Mestre Hiram Abiff. O autor afirma que a Maçonaria não é algo material, e sim uma ciência da alma; não é um credo ou uma doutrina, mas a expressão universal da Sabedoria Divina; e que Ritual Maçônico não é apenas uma simples cerimônia, mas uma vida a ser vivida. Desse modo, refere-se aos mistérios ocultos da Ordem. As chaves aqui apresentadas, se apenas lidas, deixarão o leitor ainda na ignorância. Mas, se vividas, transformarão a Maçonaria Especulativa de hoje na Maçonaria Operativa de amanhã, quando cada construtor, reconhecendo seu próprio lugar, verá coisas que nunca tinha visto não porque não estivessem lá, mas porque ele estava cego. Por isso, o autor ressalta: "Não há pior cego do que aquele que não quer ver".

Autor: Manly P. Hall
Editora: Madras
Ano de Lançamento: 2006
ISBN: 853700085X


Comunicado - Vencedores das Promoções : Ganhador do Livro - As Chaves Perdidas da Maçonaria: o Segredo de Hiram Abiff


http://misteriosantigos.com/artigos/modules/news/article.php?storyid=10


Saiba aqui quem foi o ganhador da promoção de incentivo cultural com o apoio da Madras Editora...(livro: As Chaves Perdidas da Maçonaria)

ganhador do Livro "As Chaves Perdidas da Maçonaria: o Segredo de Hiram Abiff" foi:

Luiz Antonio Tavares Nogueira - São José do Rio Pardo - SP


Pergunta e Resposta:

"O homem curva-se humildemente ao Desconhecido, povoando as sombras de sua própria ignorância com santos e salvadores, deuses e demônios. A ignorância teme todas as coisas, caindo em tremores de terror diante do vento. A superstição surge como monumento à ignorância, e perante ele ajoelham-se todos os que percebem sua própria fraqueza.

A sabedoria não teme nada, mas ainda se curva humildemente perante sua própria fonte. Enquanto a superstição odeia todas as coisas, a sabedoria, com seu profundo entendimento, ama-as todas, pois viu a beleza, a ternura e a doçura que guarnecem o mistério da Vida."

De acordo com essas observações, você concorda ou não? Qual é a sua opinião?

Resposta vencedora: Concordo com este pensamento, porém, para que possamos chegar a sabedoria, iremos necessitar de muita humildade, de muita reflexão e equilíbrio sobre os valores que a sociedade nos impõe, tirando a capacidade de discernimento.

Somente através de uma mudança interior onde nosso Espírito através de suas experiências, vivências e a amplitude de conhecimentos, irá começar a atingir algum grau de sabedoria. Enfim sabedoria, requer, paciência, perseverança, liberdade de conhecimento, dedicação e acima de tudo muito Amor pela humanidade.

Parabéns Luiz...e muito obrigado pela sua participação!

www.misteriosantigos.com



O Perfeito e Sublime Maçom
RESENHA DO LIVRO "CONHECENDO A ARTE REAL", PUBLICADO PELA ED. MADRAS, SÃO PAULO, 2007


Por: João Anatalino  -   http://66.228.120.252/resenhasdelivros/2225321


O Perfeito e Sublime Maçom

Perfeito e Sublime Maçom, também chamado de Grande Eleito da Abóbada Sagrada, corresponde ao iniciado que, no Rito Escocês, atinge o grau quatorze. Esse titulo é dado áquele que galgou todos os degraus das Lojas de Perfeição, tendo cumprido o curriculum previsto para essa etapa. O titulo não significa, entretanto, que a escalada terminou. O que se supera é apenas a primeira etapa de uma longa jornada. As virtudes consagradas no grau são a autodisciplina, a constância, a solidariedade, a fraternidade e a discrição, que deve acompanhar os maçons conhecedores do sagrado mistério que representa a pronúncia do Verdadeiro Nome de Deus. Essa, pelo menos, é a mensagem passada pela lenda do grau.

Em termos iniciáticos, o Perfeito e Sublime Maçom é aquele que procura a Palavra Perdida da lenda de Enoque. A lenda do grau diz que esse título foi criado por Salomão justamente para premiar os Mestres que encontraram a Palavra Sagrada oculta por Enoque. Após a construção e a consagração do templo, a maioria dos mestres que foi elevada ao grau de Cavaleiro do Arco Real voltou para suas terras. A Maçonaria disseminou-se por toda parte e perdeu qualidade, sendo seus segredos compartilhados por muitos iniciados sem mérito. Várias disputas e cisões acabaram por desvirtuar a Ordem, de um modo geral. Somente os eleitos que prometeram e cumpriram o juramento do grau perseveraram na prática da verdadeira Arte Real e as transmitiram a uns poucos.

Quando o Templo de Jerusalém foi tomado pelas tropas babilônicas, foram esses poucos eleitos que defenderam o Altar do Santo dos Santos, e por, fim quando toda resistência se tornou inútil, eles mesmos penetraram na Abóbada Sagrada e destruíram a pedra onde o Nome Inefável estava gravado. Em seguida, sepultaram os escombros num buraco de 27 pés de profundidade para que, numa futura restauração do templo, ou da Aliança, a posteridade pudesse recuperá-lo. Assim, o Nome Inefável nunca mais foi escrito nem pronunciado, mas apenas soletrado, letra por letra. E só os Perfeitos e Sublimes Maçons ficaram conhecendo essa pronúncia.

Essa alegoria reflete claramente um retrato do momento em que o grau foi criado, ali pela metade do século XVIII. Nessa época, a Maçonaria enfrentava um processo de muitas cisões, oriundas de controvérsias e conflitos de ordem ritualística, doutrinária e mesmo políticas. Opunha-se á Maçonaria inglesa, anglicana e protestante, com a sua tentativa de unificação empreendida por Anderson e seu grupo, a Maçonaria francesa e alemã, jacobita, stuartista e católica.

A primeira, dirigida para um objetivo moral e filosófico, fundamentado nos principios do Iluminismo, e a segunda orientada mais por sentimentos políticos, temperados por um apelo emocional ao passado, representado pelo esoterismo rosacruciano e pela tradição da cavalaria templária. Foi a unificação dessas duas tendências que originou o Rito Escocês como hoje o conhecemos. Essa unificação, curiosamente, ocorreu somente na América do Norte, através do Conselho de Charleston em 1800.

Na lenda do grau, como se pode perceber, está implícita a preocupação, já evocada por Jâmblico em relação aos Mistérios Egípcios, de que a Maçonaria não é uma prática que deva ser popularizada. É de se recordar que aquele filósofo deplorava a tradução para o grego daqueles Mistérios, entendendo ser a língua dos helenos imprópria para transmitir segredos de ordem iniciática, pois que a popularização de tais ensinamentos acabaria por abastardá-los. Essa também era a razão pela qual os alquimistas evitavam transmitir, de forma clara, o magistério de sua arte, que se tornou a ciência hermética por natureza. Aí está também, como vimos, a razão do silêncio exigido por todos aqueles que se iniciam em sociedades desse tipo. A Palavra Perdida é tomada aqui como segredo que deve ser guardado a sete chaves e somente transmitido aos iniciados que realmente tenham mostrado mérito para conhecê-la.

Os trabalhos do 14º grau se realizam sob a abóbada secreta, que simbolicamente, se localiza num ponto qualquer do infinito. A idade do Perfeito e Sublime Maçom é o nove, quadrado de três, que é o numero perfeito. Seus instrumentos de trabalho são o esquadro e o compasso, com os quais trabalha o pensamento e a inteligência. O inicio do trabalho é o meio dia em ponto, hora em que o sol está no seu zênite. Os trabalhos são abertos pelos Números Misteriosos, cuja soma total é 21. A abertura é feita pela leitura dos versículos 18 a 23 do capitulo 33 de Êxodo, onde Deus diz o seu nome a Moisés, mas não lhe mostra a sua face.

São executados três sinais, que só podem ser divulgados em Loja. São os sinais do Juramento, do Fogo e de Admiração, cada um representando um simbolismo ligado á aparição de Deus para Moisés no Monte Sinai e no pacto feito com ele e com o povo de Israel.

Na elevação ao grau 14 se recordam todas as virtudes adquiridas nos graus precedentes. É uma espécie de rememoração da escalada da perfeição. Uma faca e um machado são colocados no centro do Templo, para que seja executado o sacrifício simbólico das paixões do iniciando. O grau evoca também sua libertação pessoal, através do simbolismo do êxodo do povo israelita do Egito. Pressupõe-se que neste grau, após o iniciado ter adquirido o conhecimento da Palavra Sagrada, estará ele em condições de perseguir a verdadeira sabedoria, que é o significado e a forma correta de pronunciar esse Nome.

Um dos mais misteriosos mandamentos do Decálogo é justamente a proibição de pronunciar Nome de Deus em vão. Diz o Senhor que “não tomaria por inocente” aquele que o fizesse. Portanto, no tempo de Moisés já se cultivava a tradição de associar poder e sabedoria áquele que conhecesse esse Santo Nome, pois tal pessoa não era inocente.

Destarte, o possuidor desse conhecimento não podia utilizá-lo irresponsávelmente. Para que o próprio Deus tivesse tal preocupação, é por que essa Palavra Sagrada, esse Nome Inefável continha realmente, um poder inesprimivel que somente pessoas iniciadas e com muita intimidade com Ele podiam fazer uso.

Para os cabalistas, esse nome grafava-se 
Shemhamphorach, que quer dizer o principio. Diziam que esse Nome era a base do Tetragrammaton, o número que equivalia ao significado do Nome Inefável, ou seja as iniciais do nome de Deus IHVH, que em português é Jeová. Todos os demais nomes de Deus eram produtos de suas manifestações, mas o Shemhamphorach era derivado de sua própria substância, por isso podia ser considerado o primeiro.

Uma vez mais é evocado o antigo ensinamento, magistralmente expresso na frase de Jesus, segundo a qual quem conhece a verdade é realmente livre. Assim, a evocação ao Nome Inefável de Deus, como supremo conhecimento, é a verdade que liberta. Moisés somente adquiriu o poder para libertar o povo hebreu do Egito após adquirir esse conhecimento.

Rizzardo da Camino lembra bem que hoje a face política da escravidão já não causa tanto horror e constrangimento. O que hoje mais se propugna é pela libertação moral do ser humano, libertação essa que se consubstancia na vitória do individuo sobre si mesmo, libertando-se dos vícios e das paixões que o escravizam.

Os atos cerimoniais que se fazem por ocasião da elevação do iniciando ao 14º grau são conotativos desse ideal. O candidato “imola’ suas paixões no altar dos sacrifícios; no Mar de Bronze mergulha suas mãos como símbolo da materialidade que ali se dissipa, como ocorrido na Lenda de Hiram ; depois, com o óleo sagrado “ que desce pela barba de Arão até a orla dos seus vestidos”, misturado ao vinho e á farinha de trigo, simbolizando os materiais da ceia mística, o iniciando é consagrado pelo Presidente da Loja. O discurso do Presidente evoca a idéia da Fraternidade existente entre os homens que comungam de um mesmo ideal e de uma mesma fé. Tendo ele encontrado a Palavra Perdida, fez-se merecedor da fita do Mestre Secreto com o Nome Inefável nele inscrito, grafada pelo nome Jeová (Iavhé).

Ele agora sabe quem é o seu Deus, e está livre dos vícios de caráter que o impediam de seguir adiante, superando os limites da matéria e ingressando nos domínios do espírito. Por isso é que a liturgia do grau sempre evoca, em primeiro lugar, a admiração pela mágica do nome revelado, e a infinitude que se revela aos seus olhos. O conteúdo metafísico do grau é exprimido por um diálogo entre o Presidente, o 1º Vigilante e o Orador, no qual estes discorrem sobre o conceito de infinito e suas relações com o divino, o profano e a doutrina maçônica, proclamando ainda, como verdadeiro auto de fé, a livre convicção religiosa, que se exprime na crença da existência de Deus, única e simplesmente, sem qualquer necessidade de prova material ou filosófica dessa existência.

Esse diálogo exprime as idéias antigas e modernas sobre o conceito de Deus e suas manifestações, que é o universo visível e invisível. Tanto poderia ser encontrado nos versos da Baghavad Guita quanto num estudo dos modernos cientistas do átomo, da astronomia ou da biologia molecular. A noção do infinito e sua correlação com o ínfimo incomensurável é uma intuição que pode ser encontrada, tanto na obra dos cientistas do átomo como na dos modernos teólogos, como Teilhard de Chardin, por exemplo, que extrapolam o conceito dos limites de tempo e espaço materiais, para situarem a origem de toda realidade num ponto qualquer algures, que não pode ser alcançado pela razão, mas pode ser “sentido” pela inteligência da emoção. É a volta da questão metafísica que sempre preocupou o homem desde que ele se mirou no infinito e sentiu sua própria pequenez em confronto com a imensitude do universo.

Mas ele agora sabe que essa inquietude, essa sensação de esmagamento cósmico, é produto do movimento de uma alma á procura desse centro energético único, de onde um dia ela saiu como manifestação do pensamento divino e para onde um dia voltará como energia centrada no mais alto grau de potenciação.

A jornada do espírito humano é uma viagem á procura da Palavra Perdida, o Verbo Fundamental, a partir do qual tudo, inclusive ele mesmo, foi criado. E quando ele chega a esse conhecimento, quando aprende, enfim , essa Palavra, ele está livre da ignorância que o mantém escravo de uma vida chumbada a desejos sempre insatisfeitos, a angústias que jamais se curam, a propósitos que nunca se cumprem, a problemas que jamais se resolvem.

Nesse momento ele demole seus antigos ídolos, queima seus totens de decadência e passa a adorar o Único e Verdadeiro Deus, que é a Verdade. Conhecendo a Verdade o homem será, finalmente livre. Agora o Mestre Perfeito sabe o que significa essas proféticas palavras. Ele sabe que Deus existe e tem um Nome, um Nome que outorga o poder que vem do verdadeiro conhecimento, a felicidade que vem da prática da verdadeira virtude, o progresso que vem do trabalho, a confiança que vem da certeza de que Deus é Um, a Natureza é Uma, o Criador é Uno, e tudo faz parte de um grande organismo onde nada é descartado, mas tudo tem um sentido, uma importância e uma finalidade.

E com essa certeza o iniciado retorna á sua insignificância de micróbio perdido nas solitudes cósmicas, sabendo agora, entretanto, que o cosmo, sem ele, não existiria. A investidura neste grau, como pode se perceber, representa uma espécie de encerramento de uma etapa de iniciação, em que o neófito adquire a percepção necessária para passar para a etapa adiante, que são as Lojas Capitulares. 

>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>.

DO LIVRO "CONHECENDO A ARTE REAL", PUBLICADO PELA ED. MADRAS, SÃO PAULO, 2007.
João Anatalino
Publicado no Recanto das Letras em 28/04/2010
Código do texto: T2225321

Nenhum comentário:

Postar um comentário